A plataforma venceu a guerra da moda e chega ao verão literalmente em alta.

Foi na década de 1930 que a sola dos sapatos ganhou uma companheira e tanto: a plataforma. Com bons centímetros, ela logo caiu nas graças das mulheres. Pudera. Além de elevar o moral das simples mortais (que não têm 1,80 m de altura!), a plataforma garantia (e continua garantindo) o conforto que nenhum kitten heel pode proporcionar - por mais elegantes que os sapatinhos de salto fino sejam.

As sandálias mais pesadas, muitas vezes usadas com calça, despontaram no horizonte fashion na virada de 1933 para 34, quando o swing dos anos 1920 saía de cena e dava espaço para tempos bem mais sombrios. Com o crash da Bolsa de Nova York (1929) e a iminência da guerra (1939-1945), os modelos delicados de Perugia, o primeiro shoemaker star do século 20, pareciam um tanto sem sentido. Surge então Ferragamo, e as ideias inovadoras do italiano que ganhou Hollywood - corda, cortiça e madeira usadas na sola, já que o couro estava escasso - foram vistas como um sopro de esperança. Pelo menos no mundo da moda. Como dizia a lendária editora Diana Vreeland, "toda a Paris usava tamancos de madeira". De preferência, Ferragamo, é claro.

Fim da guerra, New Look de Dior. E o barulho da madeira nas calçadas sai um pouco de cena... Mas não por muito tempo. Nos anos 1950, Carmen Miranda, com todo o seu tchica-tchica-bum, foi uma garota-propaganda ferrenha de belas plataformas. Um recurso feito sob medida para a "pequena notável", que tinha pouco mais de 1,50 m de altura.
Um salto no tempo e chegamos a 1970. Década do movimento de paz & amor e do boom das discotecas. Entre hippies e elegantes do Studio 54, as plataformas crescem e aparecem: ganham cores, texturas, colagens, patchworks, metalizados.
De lá para cá, elas continuam desafiando as leis da gravidade e da imaginação. Brilharam na década de 1980 na companhia de Madonna, derrubaram tops como Naomi Campbell (que caiu na passarela de Vivienne Westwood em 1994), ganharam ora um design de luxo, ora um apelo arrojado - vide os modelos de Antonio Berardi (2008) e os saltos listrados da Prada (2011). O resumo da história? Vitoriosas na xguerra (real e fashion), as plataformas caminharam ao longo da história firmes e fortes. E chegam ao verão 2012 mais em alta do que nunca. Pode apostar.
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